arbitragem em apostas esportivas
Senador: ‘Percebi o sentimento de que alguns setores da imprensa não querem admitir que possa haver manipulação no futebol brasileiro. E há’
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Por FogãoNET
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Senador integrante da CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, Carlos Portinho deu entrevista ao canal “Setor Visitante” na última semana para comentar o tema e as denúncias de John Textor, acionista da SAF do Botafogo. O político revelou ter percebido um tratamento diferente por parte da mídia.
– Eu também sofri em programas ao vivo do SporTV e da ESPN, não foi só o John Textor. Disseram que eu era ignorante, que não entendo nada de esporte, disseram “como assim, lógico que o VAR escolhe imagens”, depois do depoimento bombástico do (presidente da Comissão de Arbitragem Wilson Luiz) Seneme na CPI. E eu também percebi o mesmo sentimento de que alguns setores, principalmente da imprensa, não querem admitir que possa haver manipulação no futebol brasileiro. O que é injusto. Primeiro porque há, conhecemos diversos casos. Só no ano passado foram 109 alertas da Sportradar, empresa contratada pelas casas de apostas, pela Fifa e pela CBF. E pela Ferj. Aliás, faço o registro que a Ferj tem o contrato mais caro e mais completo no que diz a relatórios. A CBF tem contrato standard, apenas alertas sem mais conteúdos. A federação do Rio tem contrato premium, mais amplo, traz relatório, mostra confrontações de apostas, mostram até onde e podem quebrar login das apostas, que a foi a forma que chegaram no caso Paquetá – explicou Portinho.
– Para se ter ideia e até reafirmar como é uma realidade, há duas semanas um jogo do Campeonato Carioca Sub-20 teve alerta e os dois clubes foram suspensos da competição, porque a Ferj tem o contrato premium e que cobre com mais conteúdo. Essa revolta, de forma psicológica, até compreendo, é o famoso explica mas não justifica, porque ninguém quer que seu produto seja desvalorizado. Sabemos que naqueles que têm ligação direta com o campeonato o primeira sintoma é a negação. Se tem desvio na sua empresa, você vai apurar, mas não quer que exploda na mídia porque pode prejudicar seu produto, sua prestação de serviços. Mas quando você vê os argumentos cai por terra essa revolta, porque é um fato comum no mundo todo. O Textor, talvez por barreira linguística, trata como provas, eu disse para tratar como indícios, que é como chamamos aqui, porque ele justamente não tem os elementos para comprovar. Tem indícios de suspeição fundamentada – acrescentou.
O senador explicou ainda que inteligência artificial é usada por todos as empresas de monitoramento, não apenas a Good Game!, mas normalmente combinadas com análises de volumes de apostas. De qualquer forma, ele acredita que o que Textor apresentou merece ser investigado e citou como exemplo o Disque Denúncia.
– Isso enseja sim uma investigação mais profunda. Acredito que nem John Textor, nem o STJD nem nós na CPI consigamos comprovar. Mas o Ministério Público tem sido mais eficaz, embora ainda não tenha acordo de cooperação com a CBF, o que espanta. Ele tem as ferramentas, quebra sigilo, tem poder de polícia que nem STJD nem John Textor podem ter. Fico imaginando você mora em uma esquina, tem uma pessoa vendendo droga ou portando fuzil, você liga para o Disque Denúncia e conta. No dia que a polícia vai lá, não tem ninguém. Aí fala “você fez denúncia falsa, não tem prova nenhuma, vou te punir e você vai ser condenado”. O que me preocupa é que se matarmos o mensageiro, se Textor tomar pena absurda, de seis anos e R$ 2 milhões, nunca mais um presidente de clube vai denunciar nem seus próprios atletas. É o pior gesto, ruim para o futebol e pior para o produto Campeonato Brasileiro no caso. Essa negação é o pior sintoma – completou Portinho.
Fonte: Redação FogãoNET e Setor Visitante
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