05/07/2023 17:35 – EM Futebol Mário Bittencourt concede entrevista coletiva e fala sobre trabalho de Diniz no Fluminense e na Seleção Presidente afirmou que novo cargo do treinador não atrapalhará suas funções no clube Compartilhe
O presidente do Fluminense, Mário Bittencourt, concedeu entrevista coletiva nesta quarta-feira (05/07), no Centro de Treinamento Carlos Castilho, para explicar a situação de Fernando Diniz, que assumiu o cargo de técnico interino da Seleção Brasileira. Ele explicou que foi consultado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) antes de a entidade fazer contato com o treinador e disse não ver problema no fato de Diniz acumular as funções, uma vez que o novo posto não irá atrapalhar seu trabalho no clube.
“O presidente Ednaldo foi muito ético e sequer procurou o treinador ou o empresário, procurou diretamente o Fluminense. Achei essa atitude muito digna e correta porque ele sabia que tirar o Fernando Diniz do Fluminense traria o encerramento de um ciclo que nós não queremos encerrar. Ele disse que não tinha interesse nenhum em interromper trabalho, mas queria contar com o técnico por um período de um ano”, disse Mario Bittencourt.
Confira os principais trechos da entrevista
Conflito de interesses
“Não vejo conflito de interesse, da mesma maneira como não vejo quando outros membros da comissão técnica são convocados. Essa comissão inteira não está indo, apenas dois auxiliares para ajudar o Fernando. Um desses auxiliares vai ficar, que é o Eduardo Barros. Acreditamos na ética e dignidade do Fernando”.
“Ele não vai se dedicar 24 horas. No fim de agosto ele vai fazer uma convocação e se apresenta no dia seguinte. Não deixará de comandar o Fluminense nos jogos. Nas datas Fifa, o auxiliar dele vai dar os treinos nesse período”.
“Ele vai dedicar 100% do tempo dele ao Fluminense. Ficou muito claro que o Fernando não vai ter tempo para excursionar pela Europa para ver jogadores para convocar. Essa convocação será feita da maneira que ele pode atender ao Fluminense: à distância”.
Datas Fifa
“Na cabeça das pessoas é que vai haver um espaço sem jogos, e aí vamos intensificar os treinamentos. Nem sim, nem não. Depende da fisiologia e da preparação física. No Brasil só se fala de resultado, não de trabalho. Quando as datas estão espremidas, jogadores sofrem lesões porque faltam folgas. Diferente do que as pessoas pensam, nos períodos com mais lastros, procuramos dar o descanso de recuperação. Não significa que aconteceu ou vai acontecer. Usamos esses espaços para trabalhar o que não consegue. Talvez se aproveite esses 15 dias para dar quatro dias de folga. O descanso também faz parte da preparação”.
Suposta instabilidade interna
“Não temos nenhuma instabilidade interna e nunca tivemos. Nesse período que estamos aqui, nunca tivemos. Temos um grupo espetacular, unido. Claro que a gente conversa tentando entender o que está ruim. Só que as pessoas querem transformar tudo, hoje em dia, numa novela em que as pessoas precisam encontrar um vilão na derrota ou um herói na vitória. São quatro anos que estamos aqui sem nenhum problema de instabilidade. Como toda família ou grupo, temos divergências. Mas dizemos que não tem vencido e nem vencedor. Quando a decisão sai ela foi discutida. Não tem instabilidade interna nenhuma, zero. A gente teve suposta instabilidade, ganhamos do Bahia com um a menos. Ninguém quer mostrar que está unido, mas estamos, dentro de campo eles estão na guerra. Na festa de fim de ano aqui o Felipe Melo se emocionou e foi a primeira vez que a diretoria se sentou com os funcionários. Claro que às vezes a gente discute e diverge, mas não tem instabilidade. O clube segue estável e austero”.
Perdas e ganhos
“Se ganharmos a Libertadores e a Seleção, todos os jogos, teremos sido brilhantes em tomar essa decisão. Se as coisas não caminharem, vão procurar um motivo. Futebol tem esse defeito, não consegue olhar que os times têm oscilação, que os adversários melhoram, alguns têm mais condições financeiras, podem repor melhor, e têm contusão. Em algum momento a gente também se questiona, na fase ruim, nosso jogo caiu. É óbvio. Mas olho antes do jogo contra o São Paulo (comenta o retrospecto), temos um aproveitamento de G-6”.
“O que tem de positivo nisso tudo? Temos o treinador que, de acordo com a CBF, é o melhor do futebol brasileiro, e isso é extremamente positivo. Estão olhando só o lado negativo da coisa. A reação interna foi muito positiva também, já que o trabalho está sendo reconhecido. Vocês também contribuíram para isso. Sabem que o trabalho é bom, os jogadores da Seleção pediram. O momento ruim eu atribuo aos desfalques”.
Divisão do tempo entre Fluminense e Seleção
“(Diniz) É um profissional que se dedica 18 horas ao trabalho, seis ele dorme. Ficou muito claro que o Fernando não vai ter tempo para excursionar pela Europa para ver jogadores para convocar. Essa convocação será feita da maneira que ele pode atender o Fluminense: à distância. Com relação a ver os jogos de fora, por diversas vezes ele passa jogos aqui do Manchester City, do Real Madrid, então ele já acompanha o futebol lá de fora, por isso que ele é um treinador autoral. Ele é diferente porque acompanhar pra caramba os jogos lá de fora e conhece todos os jogadores da Seleção. Isso tudo foi falado ao presidente e ele vai ter que tirar mais horas de sono dele, e tenho certeza que ele vai fazer isso porque ele é assim. É um “full time”. Grandes profissionais e homens tem total capacidade de direcionar o seu foco em mais de uma atividade. Isso é absolutamente normal”.
Jogo contra o Internacional
“Recepção tem que ser a mesma de quando ele retornou ao clube, mesmo com muita gente contra. Eu fui muito criticado por muitos pares meus na época que eu estava correndo um risco muito grande em trazer o Diniz pensando em eleição. Eu dirijo o Fluminense dentro das minhas convicções. Poderia trazer outros treinadores mais cascudos para me proteger, mas não fiz isso. Quero que a torcida receba da mesma forma que foi ano passado, mesmo com o resultado de campo não tendo sido tão bom”.
Fotos: Marcelo Gonçalves/FFC
Texto: Comunicação/FFC
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