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John Textor rebate crítica de ‘clube-satélite’ ao Botafogo, fala sobre fair play financeiro e diz: ‘Se não fizermos teto salarial, Bahia vai ganhar campeonatos por 20 anos’
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Por FogãoNET
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John Textor rebateu as críticas de que o Botafogo é “clube-satélite” e explicou como funciona a Eagle Football, sua plataforma multiclubes. O empresário americano destacou a forma que os jogadores foram contratados e citou exemplos.
— A Eagle é bem clara. Todos os clubes merecem um título. Essa crítica de clube-satélite é usada normalmente em plataformas multiclubes nas quais há literalmente times menores que desenvolvem jogadores para serem aproveitado no clube grande. Eu diria que somos menos uma pirâmide e mais uma constelação. Pensamos que todas as comunidades merecem ser campeãs. Sabemos que essa comunidade ama o clube, os avós amam o clube. Eles não se importam com Lyon ou Crystal Palace. Isso é muito importante e por isso penso que somos diferentes. Eu não inventei a dinâmica na América do Sul ou nos Estados Unidos, onde cada jogador nas Américas do Norte, Central e Sul quer chegar até a Premier League. Isso aconteceu antes de mim. Eles se tornaram a maior liga do mundo não necessariamente porque têm os melhores jogadores, mas porque são mais organizados, é aí que chegamos nessa conversa de liga – explicou John Textor, ao site “GE”.
— Estamos tentando reverter o fluxo. Eu estou tentando motivar jogadores de outras partes do mundo [a virem pro Brasil]. Thiago Almada estava nos EUA recebendo ofertas de clubes top da Europa, como da Espanha, e sim, nós pagamos um preço competitivo e demos a ele um planejamento razoável. Mostramos como seria legal ele vir e vencer pelo Botafogo. Ele chegou dizendo que quer ser um ídolo. Ele conhece os grandes jogadores do nosso passado. Eu não estou gastando uma grande quantidade de dinheiro em uma escala global. Esses não são grandes preços para atletas do topo. Eu apenas sou o primeiro a fazer o caminho contrário. Como a compra de 20 milhões é um recorde no Brasil? É um número pequeno na Premier League – acrescentou.
John Textor ainda comentou sobre Luiz Henrique, que tinha possibilidade de ir para o Lyon, mas optou por permanecer no Botafogo.
— Dizer que o Botafogo é satélite… pegue seu telefone, eu te dou o número, ligue para o Mathieu Louis-Jean, chefe de scout do Lyon. Pergunto se ele está pronto para ter o Thiago agora. Pergunte se ele prefere que vá logo de cara. A resposta é sim. Foi o time aqui que identificou o jogador, que o convenceu a vir. É por isso que ele está aqui. O mesmo com o Luiz Henrique. Todo mundo sabe que fui até a sala da casa dele, da família, das ligações com o Botafogo. Eu dei a ele o direito em contrato de dizer, nessa janela, que quer voltar para a Europa. Ele veio, está amando e quer ficar mais – ponderou.
— Esse temor se vão ficar pouco ou muito tempo, isso é com o jogador. Assim como a água flui para onde tem que ir, o mesmo acontece com jogadores. Escravidão e servidão acabaram há muito tempo. No futebol, é muito interessante. O clube detém os direitos, mas o jogador controla o acordo de prestação de serviço. Eles decidem onde querem viver, amar, rir e jogar – disse Textor.
O empresário americano ainda lembrou que respeita completamente o fair play financeiro e pediu novas medidas no Brasil.
— Eu não violei as regras do fair play financeiro em nenhum lugar do mundo. Isso é usar a força do nosso balanço para comprar um ativo, os direitos de um jogador. O fair play financeiro no mundo, e por isso que eu chamei de fraude em um discurso que dei em Londres, é construído para manter os grandes times grandes, e os pequenos, pequenos. Pense nas regras. Você só pode investir 70% das suas receitas nos seus jogadores. Se você já é o Liverpool, ou o Flamengo, tem mais receitas que todo mundo. Se você colocar uma regra dessa aqui no Brasil, você sempre vai ter o Coritiba na parte de baixo da tabela. Essas regras são feitas para manter o status quo. Porque não tenho como alcançar do dia para a noite os 40 milhões de torcedores que o Flamengo tem. Isso é uma fraude, mantém os times pequenos embaixo – criticou.
— Se queremos paridade, deveríamos fazer um teto salarial. A NBA, a NFL fazem isso funcionar muito bem. É negociado com o sindicato de jogadores. Cuida não só dos grandes jogadores, mas estabelece um pagamento mínimo para jogadores que estão começando. Estabelece dinheiro para aposentadoria de jogadores. Então, quando a carreira acaba, infelizmente muito cedo, há ajuda e suporte para essas pessoas seguirem para o pós-carreira. E todo mundo tem o mesmo nível salarial. É por isso que Cleveland consegue ganhar um campeonato e Nova York não. Toda cidade pequena na NBA tem chance de vencer um campeonato se for um clube bem gerido e tomar boas decisões. Fazer isso seria maravilhoso. Isso é fair play financeiro. Poderia ser feito no Brasil, não na Europa – argumentou.
– A razão pela qual não dá para fazer na Europa é que os países são pequenos, as fronteiras todas são próximas. Seria muito fácil para um jogador dizer “eu não gosto do meu teto salarial na Inglaterra, então vou para a França”. A mobilidade dos jogadores torna impossível fazer, a não ser que todos os países da Europa assinem o mesmo teto salarial. O que é ainda mais difícil devido a situações econômicas e financeiras e todo esse tipo de coisa. Mas o Brasil é grande o suficiente e dominante o suficiente. Desculpe, Argentina, mas somos nós, no futebol da América do Sul, que poderíamos ter uma estrutura de teto salarial que alcance paridade. Em que o Coritiba tem uma chance de vencer o Flamengo. Competitivamente, sendo esperto, desenvolvendo jogadores, competindo bem, contratando o treinador certo. E, se a liga fica mais forte, todos os times se tornam mais valiosos, mais investimento viria e poderíamos ter a força da Premier League aqui no Brasil. Se vier com o limite de gastar até 70% de receitas, como a Uefa faz, será um mundo diferente. Os clubes do topo vão poder gastar muito dinheiro, e os de baixo não – explicou Textor.
Por fim, ele mostrou preocupação com a força que Bahia pode ter, pode ser do Grupo City.
— Se você não se importa, eu queria voltar para falar de um grande multiclube. Se não fizermos alguma coisa sobre o Fair Play financeiro aqui, deveria ser um teto salarial, porque não tem os problemas que a Europa tem com teto salarial. Seria um limite contido internamente. Você não poderia gastar mais do que essa quantidade de dinheiro e garantiria que o fluxo ajudasse os jogadores ao longo de todos os níveis. É possível fazer isso de forma bem saudável. Se você fizer isso ou nada, e esse é meu aviso para Corinthians, Palmeiras, Flamengo… Se não fizermos algo, vamos acordar daqui a 70 anos, sob a atual estrutura administrativa, com as pessoas que estão aqui hoje, o Bahia vai ganhar o Campeonato Brasileiro em 17 de cada 20 anos – alertou.
— Eu amo as pessoas no Manchester City, as pessoas que trabalham lá são incríveis. Mas o fato é que o Brasil trouxe dinheiro do petróleo para casa. Se não fizermos algo agora sobre um teto salarial, o Bahia vai comer nosso almoço. Aquela cidade maravilhosa [Salvador], ótimo hotel, ótima comida, perfeita. Eles vão ganhar todos os campeonatos por 20 anos consecutivos. Lamento dizer isso para os torcedores do Flamengo aí fora. Esqueçam, acabou, acabou. Precisamos consertar isso agora. A Liga tem que ser feita agora, o teto salarial também – avisou.
Uma das estratégias que poderá ajudar o Botafogo será uma IPO da Eagle Football.
— Sim! Vamos registrar na SEC (Securities and Exchange Commission, a CVM dos EUA). Nós vamos preparar esse documento logo, nas próximas semanas. Na bolsa de valores de Nova York. Isso vai ajudar o Botafogo. Se for bem-sucedido, vai reforçar nossa base de capital, reduzir a nossa dívida, como por exemplo a que fizemos quando compramos o Lyon – completou.
Fonte: Redação FogãoNET e GE
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