chico guanabara quem foi Fluminense lança camisa em homenagem a Chico Guanabara no Dia da Consciência Negra

20/11/2023 09:25 – EM Futebol Fluminense lança camisa em homenagem a Chico Guanabara no Dia da Consciência Negra Clube exalta seu primeiro torcedor com peça idealizada por Leandro Carvalho e desenhada por Marcelo Ment Compartilhe

Neste 20 de novembro, quando é celebrado o Dia da Consciência Negra, o Fluminense lança, em parceria com a Liga Retrô, mais um produto especial em homenagem a Chico Guanabara, personagem que originou a web série “Herdeiros de Chico Guanabara”, da FluTV. A camisa, idealizada pelo historiador Leandro Carvalho e desenhada pelo artista plástico Marcelo Ment, chega às Lojas Oficiais do Tricolor nesta terça-feira (21/11).

“É um privilégio para o Fluminense ter tanto material do começo do século XX, no pós-abolição recente, narrando a existência desse místico personagem. Chico foi o cara que modificou o modo de torcer da época. Ele era um exímio capoeirista e portador de uma impactante voz adquirida nas rodas com a sua malta. A sua forma de torcer destoava do tradicional estilo da elite que frequentava os estádios e torcia os lenços nos momentos de emoção. Essa vibração foi forjada na variação corporal de defesa e ataque oriundo do continente africano e aperfeiçoada no Brasil, modificando progressivamente as arquibancadas do país. Se o futebol veio da Inglaterra, as arquibancadas vieram de África”, explica o historiador Leandro Carvalho, um dos diretores da série ‘Herdeiros de Chico Guanabara’, produção original da FluTV disponível no canal do clube no YouTube.

“A criação da arte ocorreu a partir de muitas trocas e boas conversas com o amigo Leandro Carvalho. Além de ideias e elementos que ele trouxe, falamos sobre a importância de exaltar a figura de Chico Guanabara e suas raízes, representando a figura do torcedor, como elemento fundamental na construção do Fluminense e sua identidade”, conta o artista Marcelo Ment, que, entre outros trabalhos para o clube, produziu o painel de Castilho no Centro de Treinamento e criou um mosaico para exaltar Cartola, personagem homenageado na atual terceira camisa.

A cantora Marvvila deu voz a mais uma ação do Fluminense em prol da memória de Chico Guanabara. Ela protagonizou um ensaio fotográfico com a nova camisa e narrou um manifesto celebrando o personagem para o vídeo de lançamento da peça.

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Confira o texto na íntegra:

Mulheres tricolores torcendo luvas e lenços em pleno Estádio de Laranjeiras inspiraram o termo “torcedor” na língua portuguesa. Porém, o torcedor ainda sem esse nome, como protagonista do espetáculo, como pressão ativa que modifica uma partida, surgiu um pouco antes.

Tudo começou com Chico Guanabara, um capoeirista destemido e respeitado, que, com sua negra malta, empurrava o Fluminense para a vitória. Morava no Morro do Mundo Novo, nos fundos do campo de Laranjeiras.

Um dia, ao sair de casa e passar pelo Retiro da Guanabara, atual Rua Álvaro Chaves, sede do clube, se deparou com alguns rapazes jogando bola com os pés, algo que jamais havia visto. Em sua observação, notou algo da capoeira naquele jogo de fingir e driblar. Encantado, disse: “De hoje em diante, serei Fluminense”.

Passou, então, a ir a todos os jogos do Tricolor, com seu chapéu de malandro, um par de tamancos e, dizem, uma navalha escondida. E ai daquele que falasse mal do Fluminense perto de Chico, ancestral de milhões de pessoas, seus herdeiros e herdeiras.

Hoje, 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, é hora de lembrar o precursor da nossa paixão, aquele que já era torcedor antes mesmo de existir esta palavra.



Fotos: Marina Garcia/FFC
Texto: Comunicação/FFC

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